top of page
  • Foto do escritorMalu Moreira

Laminite ou Aguamento

Atualizado: 27 de fev.




Olá amiga e amigo do chapéu, o tema de hoje é a laminite ou aguamento, uma doença que afeta o sistema locomotor dos equinos. E, quando o assunto é a saúde dos nossos queridos cavalos quanto mais informação melhor, não é mesmo?


A laminite, também conhecida como aguamento, é um processo inflamatório e degenerativo do casco, ou seja, afeta o sistema locomotor do cavalo. Mais claramente, a laminite é uma inflamação do tecido que sustenta o osso de dentro do casco do cavalo. Esse osso é a terceira falange que fica presa e sustentada ao casco por meio de um tecido chamado de lâmina. Quando esse tecido (a lâmina) se inflama a laminite está caracterizada podendo levar a deformação do casco ou até a óbito por falta de cuidados.


Apesar de ser uma das doenças mais estudadas em equinos, a laminite ainda não tem uma definição exata de como acontece. Sabe-se que pode ser ocasionada por esforço excessivo, má alimentação ou excesso de carboidratos e proliferação de bactérias (veja mais detalhes no intertítulo Causas da Laminite Equina). Além disso, um estudo epidemiológico indicou que, apesar de todas as raças estarem sujeitas à essa patologia, a maior incidência se dá em cavalos Quarto de Milha, Árabes e PSI.


Como é por dentro do casco do cavalo?

Projetado para resistir ao desgaste, suportar o peso e absorver o impacto, o casco envolve três ossinhos: metade da segunda falange (também chamada de P I); a terceira falange P III; e, o osso sesamóide distal ou osso navicular que fica na parte posterior da articulação.


A falange fica presa no interior da parede do casco por lâminas e na base da falange estão os vasos sanguíneos que nutrem essas lâminas. A pata afetada com Laminite sofre uma isquemia (diminui o suprimento de sangue) no interior do casco, as lâminas ficam inflamadas e podem necrosar, gerando muita dor.


Quais são os sinais clínicos e como reconhecer a laminite em equinos?

Os principais sinais clínicos da laminite aguda incluem aumento do pulso das artérias digitais à palpação e claudicação, ou relutância ao movimento. Na laminite crônica, geralmente, há alteração de conformação no casco, claudicação evidente (deformação) e dor severa.


Causas da laminite equina

A doença é habitualmente associada à alimentação, excessiva ingestão de grãos, também pode ter relação com fatores genéticos, idade, falta de exercícios, umidade ou quadros de toxemia.


A laminite pode estar associada a treinos no chão duro, sobrepeso no casco (obesidade) excesso de carboidrato principalmente milho, cólicas ou por causas sistêmicas, como, por exemplo, um pós-parto com ocorrência de infecção uterina e proliferação de bactérias que liberam endotoxinas e dificultam o retorno venoso ocorrendo uma isquemia que leva a necrose do casco.


A ingestão excessiva de grãos gera aumento da produção de ácido láctico no trato digestivo liberação de toxinas. A acidose ruminal resulta em uma lesão da mucosa e do rúmen, causando uma endotoxemia e acidose sistêmica, que leva à vasoconstrição periférica e diminuição do fluxo sanguíneo nas lâminas do casco.


Causas secundárias de surgimento da laminite podem ser: ingestão de água fria após realização de exercícios; infecções sistêmicas como endometrite, salmonelose e colite; traumas ou exercícios físicos em excesso em animais não condicionados e doenças seguidas por quadro endotoxêmicos.


Comportamento e sintomas do cavalo com Laminite

Você vai perceber ao tentar tirar o cavalo da cocheira que ele vai se negar a sair. Mesmo saindo vai mancar, mas a diferença desse mancar é que ele fica travado, pois ele tem sensibilidade ao tocar o casco no chão principalmente na parte da pinça onde fica a 3 falange. O cavalo toca a parte de trás dos cascos no chão para proteger a parte inflamada.


Na laminite aguda o animal sente dor, ansiedade além de tremores musculares, sudorese e aumento da frequência cardíaca e respiratória.


Nos casos crônicos os cascos crescem em comprimento, perdendo a elasticidade e a densidade normais na sola, passando a ficar mais quebradiço.

A claudicação pode sumir, porém o animal caminha desajeitadamente. O diagnóstico é feito com base no histórico alimentar e no quadro apresentado pelo animal.


Tratamento de laminite ou aguamento


Para o tratamento da Laminite aguda, nas primeiras 48 horas ou antes que a falange distal rote, recomenda-se:


1. Repouso absoluto; 2. Controle da dor; e, 3. Estabilização da falange.


  • O tratamento pode considerar Gelo (colocar o membro afetado 3 ou 4 vezes ao dia);

  • Fenilbutazona (analgésico com efeito antiplaquetário);

  • Flunixim meglumine (efeito endotóxico);

  • Ácido Acetilsalicílico (anticoagulante);

  • Acepromazina (redução da hipertensão) ou a critério de cada veterinário; Alimentação a base de feno, podendo entrar com aveia com a melhora do caso;

  • Antibiótico sistêmico / tópico (em alguns casos);

  • Exercício controlado;

  • Cama feita de areia;

  • Ferradura em forma de coração para ajudar a evitar a rotação da falange.


Uso de anti-inflamatórios, botinha de gelo e dependendo do caso chamar um ferrageador com especialidade ortopédica o objetivo principal ao lidar com esta doença deve-se evitar a progressão para um estado avançado, tentando minimizar o grau de destruição dos tecidos.

A melhor prevenção é o correto manejo alimentar, exercícios e ficar atento aos sinais clínicos para evitar complicações.


CONSULTE sempre um veterinário!


Espero que tenham gostado desse assunto e até o próximo encontro!


Aproveite para conhecer as redes sociais do Vício Country e acompanhar as dicas e informações no canal Vício Country no Youtube.


Malu Moreira – atleta amadora de rédeas, fisioterapeuta e criadora do portal Vício Country.


1.101 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
Post: Blog2 Post
bottom of page