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  • Foto do escritorMalu Moreira

Controle de carrapatos e outros ectoparasitas comuns nos cavalos

Atualizado: 27 de fev.




Os ectoparasitas que povoam a pele dos equinos causam incômodo e podem prejudicar o rendimento do cavalo atleta ou de trabalho. Conhecer quais são eles, a prevenção e o tratamento é o primeiro passo para manter o bem-estar do animal.


Olá amiga e amigo do chapéu, que bom que você chegou até aqui, porque esse artigo é mais um daqueles importantes para a manutenção da saúde e do bem-estar do seu cavalo. O assunto hoje são os ectoparasitas que causam muito desconforto e prejudicam o desempenho dos cavalos de esporte ou trabalho. Então reuni algumas informações fundamentais de prevenção e tratamento.

O ectoparasita é um parasita externo que se instala na pele ou sob a pele do cavalo (hospedeiro). Em geral eles se alimentam do sangue do animal e provocam muito incômodo. Os ectoparasitas mais comuns são: o carrapato; a mosca berneira (dermatobia hominis); a mosca varejeira; e, a mosca do estábulo (stomoxys calcitrans).


Prevenção de ectoparasitas em equinos

Já ouviu o ditado ‘antes prevenir do que remediar’? Pois é, ele se encaixa perfeitamente com o nosso assunto. Aqui a ordem do dia é prevenção. Isso porque o ciclo desses ectoparasitas se dá em fases que passam pelo ambiente. No ciclo do carrapato a fase que está no hospedeiro é apenas para se alimentar no cavalo, passando a maior parte da vida no meio ambiente. Sendo assim, ao pulverizar o animal estamos agindo apenas em uma pequena parte dos carrapatos existentes.


O manejo adequado com carrapaticidas é a melhor forma de combater o carrapato. Ou seja, o ideal é que o controle seja recorrente no manejo das pastagens, currais, esterqueiras. O pasto farto, baixo e de boa qualidade deve ser criado nos piquetes assim como o proporcionado pelo capim coast-cross.

Outras recomendações importantes são evitar aglomerações, separar as espécies de bovinos e equinos, além da rotação de piquetes para controlar as infestações de ecto e endoparasitas. A retirada do esterco das baias e o armazenado em esterqueiras também reduz o aparecimento de ectoparasitas já que as alta temperaturas durante este processo eliminam os ovos e as larvas da maioria dos parasitas. Após o período de fermentação o esterco servirá de adubo.


É indicado o controle trimestral com vermífugos, no entanto o espaçamento pode ser recomendado por orientação do médico veterinário. Em potros o tratamento inicial é recomendado aos dois ou três meses de idade. A mosca berneira deve ser controlada já que causa muito desconforto no animal. Mesmo não sendo comum em equinos, já existem muitos casos deste parasita. Talvez em função da incidência de lixo e da proximidade dos cavalos aos grandes centros.


Espécies e características

No Brasil o ectoparasita mais representativo – que causa muitos incômodos – é o carrapato, um ectoparasita hematófago, que se alimenta de sangue e, com isso, diminui a produtividade e o desempenho. Os carrapatos também são vetores dos agentes causais da piroplasmose equina, Babesia equi e Babesia caballi. As três espécies mais comuns no País são o Anocentor nitens, Amblyomma cajennense e Boophilus microplus.


A mosca berneira é outro parasita que ataca os equinos. No Brasil a berne (fase larval da mosca) é encontrada em quase todos os Estados, variando de intensidade de acordo com as condições climáticas. A mosca adulta mede de 12 a 15 milímetros e vive apenas quatro dias. Durante este período ela fixa os ovos em diversos insetos hospedeiros que o transmitem aos mamíferos – cães e bovinos e também nos equinos. É na pele do animal que ocorre a eclosão dos ovos e o desenvolvimento da larva por 40-50 dias, chegando a medir de 5 a 6 cm. Após esse período caem no chão e completam seu desenvolvimento transformando-se em pupa e depois no animal adulto após 35 a 40 dias.


A mosca varejeira, popularmente chamada de bicheira a miíase em sua fase larval, se desenvolve em ferimentos abertos e em grande quantidade – a fêmea pode colocar até mil ovos de uma vez. O odor desagradável é a principal característica da miíase. A prevenção é a correta limpeza dos ferimentos, retirada de todas as larvas e colocação diária de curativo no local.


Outra doença que acomete os equinos é a habronemose causada por larvas do nematóide Habronema spp. Em geral estas larvas são ingeridas pelos cavalos ou depositadas perto dos olhos ou em feridas causando a habronemose cutânea. O ciclo passa pela mosca doméstica (Musca domestica) ou de estábulo (Stomoxys calcitrans) que pousa nas fezes de um animal infestado e passa a ser um hospedeiro intermediário.


Acontece a proliferação intensa de um tecido granuloso que não cicatriza. Essas lesões aparecem em locais comuns de traumatismos e também em locais onde o cavalo não consegue remover as moscas: rosto, perto da região medial dos olhos, na linha média do abdômen, em torno do pênis e prepúcio, além de patas, anca e pescoço. O tratamento se dá com a remoção do tecido e aplicação de Ivermectinas associadas a Organoclorados e produtos cicatrizantes.


Consulte sempre um médico veterinário!


Espero que esse conteúdo tenha sido útil.

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Malu Moreira – atleta amadora de rédeas, fisioterapeuta e criadora do portal Vício Country.


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